quinta-feira, agosto 13

Circo - panturrilhas e olhos puxados



Impérios, senhores, lacaios, mulas, homens vencidos. Todos tropicaram nos cascalhos em busca da seda. Abro mão da luz e perscruto os traços. Tendo descobrir se vieram do frio das bétulas ou do mormaço dos bambus.
Os olhos puxados se parecem tanto quanto os redondos nossos. São mui, mui diferentes, todos eles.
Os corpos de tanta força contra a gravidade chegam ao hiato donde mora a leveza.
São elásticos... Reviram-se, dobram-se, desenroscam-se. E a gente quase estrábica já não sabe onde começa ou termina o homem. Nada de novo, se o porém fosse filosófico. Não obstante, se tratando de pele, músculo e osso, urge logo ali a obrigação do desenozar-se. Pouco importa o intricado do emaranhado. Ou a coluna se recompõe ou termina num esquife. O resto é conversa mole. Patatis, patatás, teretetés de quem mal se estica ou encolhe, não vai nem fica, encaroçando a vida quasímoda.

E as mulheres...
Que lindas, que fortes. Ancas, cada uma das laterais nas ponteiras do osso, entrosam tórax e pelve num lacete. Coxas rijas, panturrilhas filhas da rocha dura. Antebraços de ópio e descaminhos.
Tantos membros de disciplina, de borracha, de fibra, de plástica... Tudo bem torneado.
Volúpia (!), que cheiro bom tu tens.

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